quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Televisão
Assim, convidamos todos o visitantes e interessados a assistirem ao programa.
Obrigado.
Projecto Mena
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
terça-feira, 9 de outubro de 2007
segunda-feira, 18 de junho de 2007
terça-feira, 5 de junho de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Quantos corpos há numa só pessoa?
Quantas identidades?
Quantas personalidades?
Quantos sentidos?
Quantos sentimentos?
Quantas histórias?
Quantas estórias tem essa história?
Quantas palavras?
Quantos homens cruzam essa história? Amigos? Inimigos? Irmãos? Vizinhos? Clientes?
Quantas ruas e esquinas procuradas?
Quantos batons vermelhos?
Quantas meias rotas?
Quantos chutos?
Quantas “chinesas”?
Quantas horas?
Quanto frio?
Quantas cicatrizes?
Quanto tempo?
Quanto medo?
Quantos cigarros?
Quantas cervejas?
E, quantas vezes nos perguntamos isto?
Quantas “Menas” já se interrogaram sobre tudo isto?
Mena, a nossa Mena, responde.
terça-feira, 8 de maio de 2007
4ª Entrevista (Texto)
(...) Estive quatro dias a ressacar, não conseguia comer e nem podia vomitar senão levava. Estava completamente bêbada de tanto whisky! Ao segundo dia tentei a minha primeira e única fuga. Saltei pela janela, corri, corri, corri até que encontrei um cavalo. Sento-me, embriagada, a conversar com o cavalo. Não sei o que conversei com o cavalo, estava cansada, a ressaca e a fome estavam a apertar comigo, talvez tivesse pensado que era uma pessoa. Não demoraram muito a encontrar-me porque eu ainda estava ofegante quando me encontraram. A partir daí passei a ter um homem sempre à porta do quarto que me acompanhava à casa de banho. O Marroquino andava furioso porque a mulher dele tinha escapado com as filhas que ele obrigava a prostituírem-se. Era um homem asqueroso. Alto e forte, com um aspecto nojento.
Fui levada para Saucedilla, uma pequena aldeia de chulos portugueses onde toda a gente lhes tem medo. Fica a 8 quilómetros de Navalmoral de la Mata. Eu fui para Saucedilla mas há muitas mulheres que são vendidas em praças, casas de alterne de onde não saiem para nada. Vivem lá, comem lá, trabalham lá. E, quando lhes vem o período vão para uma “casa de descanso”, como eles lhe chamam. Estão sempre a ser rodadas de praça em praça para não serem encontradas. Em Burgos há muitas casas destas. Em Saucedilla morava numa casinha com as outras mulheres do Zé Manel, o dono do bar. Eram cinco mulheres. Três rodavam pelas praças e as outras duas trabalham no bar como eu. Estavam lá de livre vontade e tinham uma segurança que eu não tinha: ganhavam bem, tinham a sua conta bancária e tinham controle médico periódico. Uma dessas raparigas tem uma boa casa em Lisboa, dois bons carros e uma grande conta bancária e costumava dizer: “O que eu ganho é para a minha velhice”. Tirava férias para ver os filhos cá em Portugal e voltava sempre. O Zé Manel também ganhava com o trabalho delas, sim senhor, mas hoje em dia quem é que trabalha de graça?? Caso eu pensasse em seguir este tipo de vida ia trabalhar para Espanha, não ficava cá em Portugal (...)
18-04-2007 Alcochete